MARY DUTRA – “Se foi, tempo”
(Sala Bistrô – Térreo)
A apresentação dessa mostra é do historiador e crítico de arte Ricardo Muniz de Ruiz.
A exposição “Se foi, tempo”, de Mary Dutra, traz intensos questionamentos sobre o tempo. Dividida em três momentos – observação do tempo, passagem e existência – a base da exposição é uma trama de textos escritos em máquina de escrever, com seu aspecto físico lento e sonoro alto, que permite um tempo sólido do pensar. Os textos começaram em 2020, junto com a pandemia, onde as pessoas se viram isoladas em casa com seus próprios tempos. Textos que mergulham no subconsciente disperso e confuso de perguntas sem resposta, que trazem à tona a forma única com que cada pessoa lida com seu tempo. As pinturas, instalações, objetos, palavras, sons e vídeos são a expressão visual desse tempo.
“A exposição fala sobre o tempo que se foi. Se pudesse guardar seu tempo, onde guardaria? As diferentes abordagens trazem a reflexão de como tratamos ou desperdiçamos nosso próprio tempo”, explica a artista plástica Mary Dutra.
Mary Dutra começou nas artes plásticas há 18 anos, com cursos em Florença, Itália e no Parque Lage, onde dedicou sua expressão à pintura. Mas só em 2017, depois de suas exposições em Nova York, que direcionou o viés do seu trabalho totalmente para as artes. Buscando novas linguagens e superfícies, encontrou na expressão abstrata uma renovação de possibilidades pictóricas. Pinturas, palavras, superfícies, digital. As obras de Mary Dutra tratam da luz e do tempo. Da captação de lentes estáticas, do movimento de vídeos e de cores impressas que confundem com tintas.
Seus quadros estão em 16 cidades, em 8 países, de 4 continentes. Seu estúdio fica no Rio de Janeiro, mas usa sua bagagem empreendedora para montar projetos artísticos e levar seu trabalho para diferentes países e culturas. Mary Dutra se vê num papel de estímulo a outras artistas e jovens empreendedoras, mostrando caminhos possíveis, encorajando a ação, e mostrando que a realização é possível. Quanto à exposição, acha importante essa união e força de cinco mulheres, onde cada vez mais as mulheres serão referência de grandes projetos e feitos.
FLÁVIA FERNANDES – “Táctil”
(Sala B – 2° andar)
A exposição “Táctil” traz uma instalação com objetos inflados, colunas transparentes e coloridas que convidam ao toque pela maciez do material; duas pinturas-objeto em fibra de vidro e resina, com cores e forma que lembram a natureza; e algumas pinturas de acrílico sobre tela que, apesar de abstratas, foram baseadas na mata nativa próxima ao atelier, com seus galhos e folhas que se entrelaçam, criando formas e cor. O espectador sente-se convidado a passear neste jardim de cores e texturas criados e cultivados pela artista.
Flávia Fernandes, artista, fez Escola Brasil, é Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e formada em Artes Plásticas pela FAAP/ SP. Está radicada em Florianópolis, onde sua arte está voltada para pintura, gravura, instalações, intervenções e vídeos. Desde 2001 vem realizando intervenções artísticas na paisagem natural e urbana, em vários lugares públicos, como o Largo Victor Meirelles em Florianópolis, Largo São Bento em São Paulo, Bayenale Sao Francisco/USA, Universidade de Edinburgo, Alberoni, Veneza e Costão da Joaquina, Florianópolis. Participou da Expo Transfronteira da Arte Contemporanea da 39ª Bienal Internacional de Sao Paulo e da Área 10 da London Biennale, em Londres. Ministra aulas de arte e faz algumas curadorias como a dos seis Festivais de Artes Plásticas de Governador Celso Ramos/SC, e a do Grupposinestetico – Sinesteticamente ad ognii costo, no MIS Florianopolis/SC. Expõe desde 1975 no Brasil e no exterior, e possui obras em várias coleções públicas.
“Espero que as pessoas que visitem “Táctil” se emocionem e se encantem. Afinal, a obra de arte deve provocar encantamento”, finaliza Flávia Fernandes
ISABELLA PEDRESCHI – “Reverbério”
(Sala Galeria de Arte – Térreo)
A apresentação dessa mostra é do historiador e crítico de arte Ricardo Muniz de Ruiz.
Reverbério. Aquilo que reverbera. O que nos atinge como sequela. O olhar para o espelho que apropria-se da imagem e a joga de volta.
No ano em que o isolamento é obrigatório, olhar para dentro é uma opção viável. Carros parados, lojas fechadas, portas trancadas e ruas desertas. A figura feminina se despe do uniforme e retoma o eu primitivo. Para onde vão os pensamentos quando não se tem horário a cumprir?
A mostra de Isabella Pedreschi retrata a mulher e o peso do novo cotidiano, consequência do cenário pandêmico caótico, com detalhes que provocam reflexão e um mundo de significados.
Designer autodidata, encontrou nas artes visuais e no design gráfico o caminho para expressar seu ponto de vista cultural. Mas sentia que ainda faltava alguma coisa, a necessidade de romper as barreiras do computador e ser livre. De sentir o cheiro da tinta. Fez vários cursos de pintura, oficinas e aulas, tanto de história da arte como de teoria das cores do mestre José Maria Dias Cruz, além de ter participado de várias exposições, que lhe permitiram expressar seu ponto de vista e sua arte (Fonte: Manuela Titoto, autora do livro “Matéria-prima”)
“Acho muito bom estar entre mulheres, acredito ser importante este reconhecimento e ter este espaço que, por muito tempo, nos foi dificultado, muitas vezes por nós mesmas. Este posicionamento está mudando paradigmas e quebrando arquétipos. Situações e pensamentos que por muito tempo foram tolerados e praticados, hoje têm outro sentido, outra visão. (…) Através da arte conseguimos nos conectar com nossa verdadeira essência”, diz Isabella Pedreschi.
SOBRE A TARTAGLIA ARTE
A Tartaglia Arte foi fundada em 1950 como um estúdio de pintura pelo artista Piero Tartaglia, então conhecido como Piery. Após alguns anos, criou um ponto de referência e encontro cultural com outros artistas e jovens talentos onde, sob a orientação do Mestre, desenvolveram seu estilo pessoal. A paixão avassaladora de Tartaglia pela expressão pictórica com explosões de cor pura e contrastes violentos que tornam a tela viva, deu vida à Escola do Disgregacionismo. Posteriormente fundou as Galerias, para exposição permanente de seus trabalhos e os de seus alunos, e que hoje são dirigidas pelo filho Riccardo.
O amor pela arte e uma visão cultural ampla são as peculiaridades deste grande artista, e representam sua herança moral e espiritual. Herança que continua sendo representada por Riccardo Tartaglia, que trabalha com a mesma seriedade e tenacidade na propagação da arte, através de exposições e eventos internacionais. Mas tudo com a assinatura de Riccardo Tartaglia e Regina Nobrez, o que confere um atestado de credibilidade e sensibilidade criativa.
SERVIÇO:
Título da exposição: ARTE CONTEMPORÂNEA FEMININA
Artistas – Mostras individuais
. BEATRIZ BASSO – “Cor, Gesto, Emoção … a Trajetória”
(Sala C – 2° andar)
. ILCA BARCELLOS – “Squatters”
(Sala Filatélica – Térreo)
. MARY DUTRA – “Se foi, tempo”
(Sala Bistrô – Térreo)
. FLÁVIA FERNANDES – “Táctil”
(Sala B – 2° andar)
. ISABELLA PEDRESCHI – “Reverbério”
(Sala Galeria de Arte – Térreo)