A pandemia trouxe a busca pela autoestima e a segurança no procedimento foi decisivo para muitas mulheres
O período da flexibilização do coronavírus, a obrigação de determinado tipo de isolamento social (mesmo menos rigoroso) e a abertura dos locais de compras e entretenimento são fatores pontuais que favoreceram o crescimento da procura por cirurgias plásticas e estéticas. O aumento de pelo menos 30% desses procedimentos, nos últimos três meses, pode ser observado pelo. cirurgião José Mauro Monteiro, pós graduado em cirurgia plástica pelo Hospital da Força Aérea do Galeão-RJ, com consultório na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
De acordo com o médico, a demanda por procedimentos estéticos cresceu consideravelmente, entre mulheres mais jovens mesmo durante este período de pandemia da COVID-19. “Um dos estimuladores está na orientação das pessoas ainda se resguardar socialmente, tornando possível o repouso pós-cirúrgico, necessário para a recuperação de qualquer procedimento invasivo.”
A necessidade de ficar em casa mesmo na flexibilização e o afastamento compulsório do trabalho foram, para muitos desses pacientes, uma oportunidade de realizar a “sonhada cirurgia plástica” planejada por algum tempo. “Como as pessoas estão mais reclusas, as mais jovens, principalmente mulheres, têm procurado mais o consultório”, confirma José Mauro lembrando que as cirurgias mais realizadas nesse período são as próteses de silicone de mama, as lipoaspirações, para remoção do excesso de gordura e as plásticas redutoras, para a retirada do excesso de pele dos seios para dar forma mais harmônica.
Os cuidados e prevenção contra a COVID-19 também são importantes e devem ser seguidos, juntamente com as orientações do pós-operatório, evitando o contato social e aglomerações, uma vez que o sistema imunológico pode ficar comprometido por causa do trauma cirúrgico. “Manter isolamento domiciliar e uma alimentação saudável são medidas importantes. Também é fundamental tomar os cuidados com a higienização do ambiente com álcool em gel, água com sabão ou água sanitária. E em caso de qualquer sintoma respiratório, antes ou após a cirurgia, é importante informar ao médico que deverá orientar sobre realização de testes, ou se houver suspeita de coronavírus” explica José Mauro Monteiro.
É certo afirmar que atualmente fazer uma cirurgia plástica é muito mais seguro do que há décadas atrás. Os equipamentos são mais modernos, a anestesia oferece um risco menor de causar complicações e os médicos são mais bem preparados para qualquer eventualidade. Contudo, ainda existem procedimentos e comportamentos perigosos.
“Imagine-se atravessando uma avenida. Estando na faixa de pedestre, com o sinal vermelho para os carros e atenção à sua volta, é difícil que ocorra algum atropelamento. Mas se atravessar no meio dos carros, com o sinal aberto, ficará exposto a diversos riscos”, explica o cirurgião que abaixo responde as perguntas mais frequentes sobre segurança na hora de realizar uma cirurgia plástica.
1. Manter a saúde em dia
Antes de encarar a mesa de cirurgia, você precisa passar nos exames pedidos pelo médico e manter sob controle as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Fumantes também exigem cuidados. “A nicotina prejudica a circulação de sangue nos tecidos, favorecendo a má cicatrização. É recomendado deixar de fumar pelo menos 1 mês antes”, alerta o cirurgião.
2. Redobrar a atenção com os remédios
É fundamental procurar saber como os medicamentos de uso frequente interferem na cirurgia. “Existem fitoterápicos, como ginkgo biloba, cáscara sagrada e pílulas de alho, que podem aumentar o sangramento e trazer riscos para a paciente”, diz José Mauro Monteiro. Tais produtos não precisam de receita médica para a compra e passam a falsa ideia de que são inofensivos.
Outro grupo importante é o das fórmulas de emagrecimento. A obesidade é um fator de risco para a cirurgia. Por esse motivo, diversas pessoas optam pelo uso desse tipo de medicamento para perder peso rápido e se adequar às normas de segurança pré-operatórias. “Outros comprimidos a serem evitados são: a aspirina, o AAS e alguns antiinflamatórios, que alteram a coagulação do sangue. Já a isotretinoína, substância derivada da vitamina A e usada no tratamento da acne, pode mudar a síntese de colágeno na pele e, por isso, também atrapalha a cicatrização”, explica o especialista.
Por fim, há os anticoncepcionais. “O problema das pílulas e da reposição hormonal estáno aumento da possibilidade de trombose. Ainda assim, na maioria dos casos, não se deve suspender o uso porque existem medidas eficazes para prevenir o problema, como o uso de anticoagulantes, meias elásticas e massageadores para as pernas”, completa.
3. Buscar referências sobre o cirurgião
Por mais importantes que sejam as indicações feitas por amigos e outros médicos, não se restrinja a elas. Vale ir atrás de referências sobre a formação do cirurgião. Ainda que apenas o diploma de uma boa instituição não seja garantia de segurança máxima, é um dos fatores que se deve ficar de olho.
Outra medida importante é saber se o médico é especialista ou pós graduado em cirurgia plástica. De acordo com a legislação brasileira, depois de concluir o curso regular de seis anos, o médico pode realizar qualquer procedimento. Ou seja, um médico que se formou ontem e não tem nenhuma expertise em cirurgia está legalmente habilitado a fazê-la. “Não é raro encontrar anúncios de médicos que se dizem especialistas em medicina estética e cirurgia plástica e não o são. Deve-se tomar cuidado”, alerta José Mauro.
4. Perguntar todos os detalhes
O lugar onde será feita a cirurgia também determina o nível de risco. Hospitais oferecem mais segurança do que clínicas. “É preciso ter, no mínimo, uma mini-UTI no local”, ressalta o cirurgião.
Mulheres que pretendem aumentar os seios também precisam se informar sobre a marca da prótese. “Pesquise o site do fabricante, verifique se é certificado pela Anvisa, veja se ele atua no mercado europeu ou norte-americano, busque o histórico da empresa para checar se há bons antecedentes”, orienta.
5. Anestesia
Todos os tipos de anestesia podem ocasionar problemas, seja local, peridural ou geral e a raquianestesia. “Porém, atualmente o choque anafilático é muito raro”, diz o médico. O problema é que, na ânsia da transformação, muitas mulheres acreditam que é uma boa ideia “aproveitar” para realizar vários procedimentos de uma vez, o que pode até ser feito com cautela.
De acordo com José Mauro é fundamental ter acesso fácil ao médico e disponibilidade para voltar ao consultório ou ao hospital se ele recomendar. “Daí a importância de saber se o cirurgião que atende você no consultório é o mesmo que chefiará a equipe na operação”, recomenda. Ele saberá seu histórico e poderá tomar decisões mais acertadas, algo que nem sempre acontece nos consórcios de cirurgias plásticas.
6. Respeitar o pós-operatório
Uma das partes mais importantes do processo é seguir as orientações médicas depois da cirurgia. Parece óbvio, mas existem diversas pessoas que não seguem as recomendações à risca. “As recomendações sobre repouso, atividade física, exposição ao sol, direção de veículos, alimentação e uso da medicação e de cintas cirúrgicas também são critérios de segurança”, diz o cirurgião.
“Deixar de colocar em prática o que prescreve o médico pode abrir espaço para o surgimento de infecções, manchas, aderências, fibroses e problemas de cicatrização, o que, obviamente, vai interferir no resultado do procedimento”, finaliza.
O Dr. José Mauro Monteiro da Silva possui graduação em Medicina pela Universidade Iguaçu (2009), pós graduação em cirurgia geral pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro(2013) e pós graduação em cirurgia plástica pelo Hospital da Força Aérea do Galeão(2016). Atualmente é médico do Hospital de Clínicas Santa Cruz Ltda.
Consultório Dr. José Mauro Monteiro
Endereço: – Av. Jornalista Ricardo Marinho , n° 360 , sala 129 , Barra da Tijuca – RJ.
Tel.: 21 3936-0102
Instagram: @dr.josemauro