
Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e da 19ª DP (Tijuca), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), realizam uma operação para evitar um ataque que estava sendo planejado contra um homem em situação de rua, neste domingo de Páscoa (20/04). Três homens que integram uma organização criminosa virtual que combinou o crime foram presos. Os mandados foram cumpridos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte da capital, e Bangu, na Zona Oeste.
Segundo as investigações, o núcleo da organização pretendia assassinar um morador de rua de forma brutal, com a transmissão do homicídio pela internet. Os agentes apuraram a existência de uma rede de jovens que utilizavam a plataforma Discord para realizar e divulgar atrocidades como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, como forma de “entretenimento”. O grupo também promovia ataques de ódio contra negros, mulheres e adolescentes, em uma escalada de violência digital com graves consequências no mundo real.
O crime mais grave — o assassinato de um morador de rua previsto para acontecer neste domingo — seria transmitido ao vivo em troca de dinheiro. A atuação rápida da Polícia Civil, em conjunto com o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foi crucial para frustrar o crime em tempo hábil e proteger uma vida inocente.
Os três presos são apontados como líderes do grupo e executores da comunidade criminosa virtual. Chamou a atenção dos investigadores, inclusive, que um deles se apresentava como ativista ambiental, tendo participado de eventos internacionais.
O trabalho técnico e de inteligência da Polícia Civil, por meio das equipes da DCAV e da 19ª DP, demonstra o comprometimento da instituição com o enfrentamento a crimes de ódio, à violência contra vulneráveis e ao uso criminoso das tecnologias. Com base em informações e atuação precisas, foi possível não só impedir a consumação de um assassinato, como também desestruturar um grupo que operava à margem da lei, protegendo adolescentes, animais e grupos vulneráveis.
A instituição segue investigando outros membros do grupo e alerta os responsáveis por crianças e adolescentes sobre os riscos de exposição prolongada e sem monitoramento em ambientes virtuais. A operação reforça o papel fundamental da integração entre segurança pública, tecnologia e atuação proativa no combate aos crimes digitais.
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