O Grupo encaminhará minuta de um documento para o Ministério dos Transportes solicitando a construção completa da ferrovia.
A Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminenses, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), enviará ao Ministério dos Transportes um documento enfatizando a importância da construção integral da Ferrovia Vitória-Rio (EF-118), que conectará os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, formando o Anel Ferroviário do Sudeste. A medida foi anunciada pelo coordenador da Frente, deputado Luiz Paulo (PSD), nesta segunda-feira (24/02), durante reunião na sede do Parlamento Fluminense. O parlamentar também informou que a Frente acompanhará as vistorias do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (CREA-RJ) nos modais metroviários do estado.
No início do ano, o Governo Federal anunciou um investimento de R$ 3,28 bilhões na ferrovia. No entanto, o valor será destinado apenas à construção do primeiro trecho, entre São João da Barra (RJ) e Anchieta (ES), previsto para iniciar até o fim deste ano. A decisão preocupa Luiz Paulo, pois não contempla a ferrovia em sua totalidade.
“O que nos causou surpresa foi que, além do contrato desse processo licitatório estar previsto para ser assinado apenas no final de 2026, com a obra estimada para durar oito anos, o projeto não inclui o trecho sul da ferrovia, que liga o Porto do Açu a Nova Iguaçu. Esse trecho é essencial para o desenvolvimento do Estado do Rio. Precisamos lembrar que ferrovias são indutoras de crescimento, principalmente quando conectam a metrópole ao interior. Vamos levar esses pontos à União e buscar um novo acordo”, afirmou Luiz Paulo.
O parlamentar também destacou que a Reforma Tributária, prevista para 2026, deve atrair novos investidores e impulsionar a indústria, reforçando a necessidade de infraestrutura logística eficiente. “Com a nova tributação sendo cobrada no destino, o Rio voltará a ser um polo estratégico para a instalação de empresas, já que somos o segundo maior estado consumidor do Brasil. Ter uma malha ferroviária eficiente e sustentável será fundamental para essa retomada”, ressaltou.
A EF-118 terá 495 quilômetros de extensão e ampliará a capacidade portuária, beneficiando principalmente os setores do agronegócio e da mineração. Segundo o presidente do CREA-RJ, Miguel Fernandes y Fernandes, a ferrovia também criará novas oportunidades de emprego. “Obras de infraestrutura movimentam toda a cadeia produtiva. A engenharia demonstra que a construção completa da ferrovia é viável, mesmo diante de desafios técnicos”, afirmou.
Fiscalização no Metrô Rio
Durante a reunião, o deputado Luiz Paulo também trouxe outros pontos para a pauta. Ele questionou representantes do MetrôRio sobre a paralisação de escadas rolantes e elevadores nas estações, além do andamento das obras da Linha 4, na Gávea, Zona Sul do Rio.
“Recebo inúmeras reclamações, principalmente de passageiros que utilizam a estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana, sobre a falta de manutenção das escadas rolantes. Esses problemas não podem ocorrer com tanta frequência. Além disso, há anos os moradores da Gávea convivem com o risco gerado pelo buraco do metrô, sem uma solução definitiva”, pontuou o deputado.
O gerente de Estratégia e Governança Corporativa do MetrôRio, Diego Garcia, explicou que fatores como falta de peças e usuários molhados vindos da praia podem causar a interrupção dos equipamentos. “Estamos cientes dos problemas e acionamos constantemente nossa equipe de manutenção”, garantiu Garcia.
Para reforçar a fiscalização, o CREA-RJ anunciou que realizará vistorias no metrô. “Cada estação precisa contar com um engenheiro credenciado para operar esses equipamentos e garantir sua manutenção. Vamos verificar in loco se essa exigência está sendo cumprida”, declarou o presidente do Conselho. Luiz Paulo confirmou que a Frente Parlamentar acompanhará as inspeções.
Fernandes também informou que pretende implementar a instalação de placas identificando a empresa e o responsável pela manutenção dos equipamentos. “Queremos garantir a operação contínua e segura dos serviços no metrô. As escadas rolantes e elevadores deverão exibir informações claras sobre a empresa ou profissional responsável pela manutenção, proporcionando mais transparência ao cidadão”, concluiu. |