BRASILEIRO GASTA MENOS COM ROUPAS E MAIS COM ARTIGOS PARA O LAR

A casa é o novo foco do consumidor e as empresas precisam acompanhar as mudanças para superar a crise
Com o confinamento e o home office, a expressão “Lar Doce Lar” nunca foi tão valorizada. As pessoas começaram a notar que itens de casa estavam envelhecidos, quebrados ou, simplesmente, que precisavam de alguns mimos. Afinal, agora, é dentro de casa que se passa a maior parte do tempo, e isso levou a uma mudança no comportamento do consumidor, que passou a comprar mais artigos de cama, mesa e banho e menos itens de vestuário. Isso se refletiu tanto na produção, quanto nas vendas e até na importação de produtos como roupas e calçados.
E os empresários também tiveram que se adaptar. A Matrix Importações, empresa com mais de 20 anos de experiência com importação e vendas no atacado de produtos têxtil, precisou ajustar o foco do seu negócio. “Antes importávamos 40 containers de artigos de vestuário, como roupas femininas e moda íntima; e 20 containers de artigos de cama, mesa e banho, como cobertores, toalhas, mantas e tapetes. Hoje, investimos 85% em itens de moda casa, porque são os produtos mais procurados no momento”, explica Leonardo Martins de Almeida, CEO e diretor financeiro da Matrix.
Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) confirmam essa tendência registrada pela empresa carioca: as vendas do setor de cama, mesa e banho cresceram 23,5% só no primeiro semestre de 2020, enquanto as vendas de vestuário no varejo caíram 38,6% de janeiro a maio do mesmo ano. De acordo com o diretor de Operações da Matrix Intercom, Leandro Martins de Almeida, foram os próprios clientes que começaram o movimento de substituição. “Tínhamos 70% de pedidos de vestuário e apenas 30% de moda casa. Hoje quase todos os pedidos são de itens como mantas, cobertas e tapetes”, afirma o sócio da empresa que importa os itens do Paraguai e revende no atacado para mais de 8 mil clientes de todo o Brasil.
Pela internet, as vendas de produtos para o lar saltaram ainda mais (75%). Para 2021, a tendência é que esse movimento continue. Uma pesquisa realizada pela Abit mostrou que os consumidores pretendem valorizar mais o tempo que passam em casa e, por isso, pretendem investir mais em reforma, decoração e compra de artigos novos que possam tornar o ambiente mais confortável, bonito ou funcional.

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