Fátima Villarin abre a individual ‘Pinturas e Objetos’, no Espaço Cláudia Spínola, em Ipanema

 

Artista possui obra na coleção João Sattamini

A artista visual Fátima Villarin abre, no dia 15 de agosto, quinta-feira, às 18h, a exposição ‘Pinturas e Objetos’, pensada para o Espaço Cláudia Spínola, em Ipanema. Na mostra, onze obras, com técnicas diversas, são comentadas pelo crítico de arte Alexandre Sá.

São quatro pinturas a óleo em grandes formatos – nos tons preto, branco e cinza – inspiradas nas nuvens observadas pela artista no recorte da janela de seu ateliê, e fotografia abstrata na mesma tonalidade. O público vai poder conferir, ainda, seis objetos, que dividem o espaço, que trazem o ´contundente´ comum a eles.


Em 2010, Fátima inicia a série ´O Peso do Buraco da Agulha´, com a escultura ´Bicho 1´, que hoje integra a coleção do Museu de Arte Contemporânea – MAC-Niterói. Também em 2010, realiza duas instalações com o mesmo tema, uma na Galeria Anna Maria Niemeyer – ´Sete Irmãos’ – e outra sonora intitulada ´Conversa´, na Galeria Candido Mendes – Ipanema a convite do crítico de Arte e historiador Paulo Sérgio Duarte.

O público vai poder conferir a metáfora do constante e contundente confronto a partir das esculturas: ´Agulha dourada´- esculpida em madeira, coberta de folhas de ouro e pendurada com cabo de aço, pousada sobre estopa tingida em vermelho sangue, medindo 1mx70cm; ´Alfinetes – três esculturas produzidas em aço inox e madeira pintada de branco, medindo 1 metro cada alfinete; ´Ex-voto’, objeto de madeira maciça que representa um seio com o bico coberto de agulhas em aço inox; e´Tamanduá´ – objeto em madeira maciça, onde sua língua em aço tingido de vermelho carrega um projétil AR15.


Fátima Villarin explicita as metáforas implícitas em seu trabalho no vermelho sangue do tapete sobre a agulha dourada ou quando inclui a bala AR15 para falar dos violentos confrontos diários que sofre a população do Rio. “O meu trabalho, onde a agulha penetra o chão, fala por si só. O vermelho do tapete, assim como o do sangue, apresenta uma cor vibrante no meio de objetos que furam e que podem ocasionar esta vermelhidão sem fim”. A infância é presença constante nas obras da artista. “Minha mãe é costureira e me recordo até hoje de perceber os pontos que iam se formando. São espinhos que penetram no meu corpo como o limoeiro que abracei quando criança e que agora são transubstanciados nas agulhas e alfinetes que apresento em meu trabalho”, diz. A lembrança se torna atualidade e o passado vira presente. “Também gosto de trabalhar os opostos: duro e macio. O agressivo e o suave sempre estão na minha criação”, diz.

DO PERCURSO DA ARTISTA
No ano 2000, Fátima pesquisou cerâmica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ – onde pensou e executou o cenário de “Hamlet”, de William Shakespeare. Muitas outras peças fazem parte de seu currículo como cenógrafa, como “O Tesouro de Chica da Silva”, de Antônio Callado, no Teatro Glória, e “O Imperador Jones”, de Eugene O´Neil, na Casa da Gávea. Nas Artes Plásticas, começou na pintura, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com os artistas Daniel Senise, Katie Van Scherpenberg e Luiz Ernesto. Em 2006, migrou para a escultura com o artista João Goldenberg. A individual ´Pinturas e Objetos’ retrata a complexidade dos trabalhos de Fátima, nas últimas fases de sua trajetória.

A artista já se apresentou em exposições individuais, no Brasil, e em coletivas no exterior.

Possui obras na Coleção João Sattamini.

Serviço:
´Pintura e Objetos´, da artista Fátima Villarin
Texto: Alexandre Sá
Abertura: 15 de agosto, quinta-feira
Horário: das 18h às 20h
Visitação: de segunda a quinta, das 9h às 19h, e sexta, das 9h às 15h
Até 15 de outubro
Local: Espaço Claúdia Spinola
Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 303, gr 301 – Ipanema – Rj
Entrada Gratuita.

 

 

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