“Elas por Ela – As Rainhas do Rádio por Mona Vilardo”,

Mona Vilardo é idealizadora do projeto “Elas por Ela – As Rainhas do Rádio por Mona Vilardo”, que tem como objetivo levar para o palco (e para os livros) as histórias da vida e carreira das cantoras que fizeram parte da época de ouro da rádio no Brasil.

Autora do livro infantojuvenil “Dalva, minha vó e eu”, que tem prefácio do musicólogo Ricardo Cravo Albin e conta a história da cantora Dalva de Oliveira – Rainha do Rádio de 1951, Mona Vilardo considera fundamental falar sobre cultura para as crianças e adolescentes. “Na Grécia antiga, a música e a poesia faziam parte da criação de todo ser humano. Hoje, a sociedade vê a cultura mais como entretenimento do que como formadora de pessoas – um pensamento aquém do realmente é a arte. A cultura ajuda a gente a enxergar o mundo de maneira diferente e quando falo isso não é apenas para se ter uma consciência estética. É, principalmente, aprender a olhar o outro com mais empatia, construir opinião e saber questionar. E o entretenimento vem junto disso, além de divertir, ele pode ensinar” conta, lembrando sobre os anos que trabalhou na Escola Fórum Cultural – em Pendotiba como professora de música: “Crianças que se desenvolvem próximas à arte e à cultura são mais sociáveis e sabem enxergar melhor o mundo e o outro”, complementa.

Foi percebendo isso que a artista teve a idéia de levar a história das Rainhas do rádio para crianças e adolescentes. Mona Vilardo começou o projeto em homenagem às cantoras do Rádio com o espetáculo “Mona canta Dalva”. Assim, surgiu a ideia de apresentar a vida e a obra dessas mulheres para os mais jovens por meio da literatura. “Quando lancei o “Elas por Ela”, em 2017, eu trabalhava como professora e em 2018, quando fui para a Argentina, encontrei numa banca de jornal livros infantojuvenis sobre personalidades locais como Evita Peron .

“Achei de extrema importância a maneira como os livros contavam sobre a vida de mulheres importantes na cultura argentina, mostrando para os mais jovens a importância que tinham para o país. Voltei para o Brasil e tive a certeza de que queria escrever pra criança, que pouco conhece a cultura brasileira e, principalmente, a Era do Rádio”

“Hoje, mais do que nunca, vivemos em um mundo em que as coisas surgem e passam. E o Brasil ainda tem uma tradição de não cultivar as memórias do passado. As cantoras do rádio, são tão feministas quanto qualquer pessoa que luta por direitos hoje, sendo que elas fizeram isso em uma época muito mais difícil, quando a mulher tinha menos direitos. Essas artistas abriram muitas portas para as artistas de hoje”.

 

 

A cantora e escritora se prepara agora para lançar outro livro voltado para o público infantojuvenil, “Marlene – A Rainha diferente”, sobre a cantora Marlene, outro ícone da era de ouro do rádio no Brasil e uma das mais irreverentes artistas que o Brasil teve.

O lançamento será dia 27 de agosto no Centre de Artes da UFF na varanda lateral do local. A escolha do lugar tem tudo a ver com a história da Marlene. Quando chegou ao Rio de Janeiro, a cantora foi fazer um teste para se tornar a principal cantora do Cassino Icarai – onde hoje é o Teatro da UFF. “Marlene passou no teste e veio morar em Niterói – na Rua Belisário Augusto. Sem contar que Marlene nasceu no mesmo dia que a cidade de Niterói: 22 de novembro. E durante sua carreira sempre voltava à Niterói, cantando na Praia de Icaraí e no Estádio Caio Martins. Marlene foi atemporal. Cantou Cazuza, Lulu Santos e lançou o gênero baião quando cantou em 1949 a canção “Que nem jiló” de Luiz Gonzaga. Foi uma artista ímpar e uma mulher muito à frente do seu tempo. Saiu de casa escondida da mãe para vir para o Rio de Janeiro de trem e foi logo contratada pelo Cassino Icaraí”, conta.

A história do livro se passa em Niterói e é narrada para o leitor, como se fosse a própria autora contando para sua sobrinha a vida da cantora. “Escrevi esse livro com uma linguagem leve, fluida, para que todos possam acompanhar a trajetória dessa artista incrível e para que esse material se mantenha vivo para outras gerações. O livro tem também um audiobook e uma plataforma que vão ‘esticar’ o conteúdo para além da narrativa no livro. O livro apresenta um site onde o leitor poderá montar o seu próprio programa de Rádio, com vinhetas e chamadas clássicas de um programa de rádio”. Mona também destaca o trabalho primoroso da ilustradora Mariana Erthal que soube capturar a potência que foi Marlene e levar para o universo infantil.

 

O livro foi ganhador do Edital de Fomento da Cidade de Niterói em 2021 e conta com o prefácio da escritora Bia Bedran.

“Quando estava finalizando o livro, pensei logo na Bia que tem um trabalho precioso na área de literatura e música. O prefácio dela é a cereja do bolo”

O lançamento também vai contar com a boneca de manipulação direta da cantora Marlene, uma vez que Mona Vilardo também trabalha com animação de bonecos, sendo integrante da CIA. PEQUOD. No dia 27 de agosto, a artista estará acompanhada pela atriz Marise Nogueira para dar vida a boneca de Marlene – feita pelo cenógrafo Carlos Alberto Nunes.

Mona Vilardo se prepara também para lançar o livro na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a artista foi convidada para encerrar a programação infantil no palco principal da Bienal do dia 10 de setembro. Além disso, é autora convidada da FLITI – Feira Literária Internacional de Tiradentes, que acontece em outubro. Desde o lançamento do seu primeiro livro, Mona Vilardo é presença constante em Feiras literárias e Bienais como FLIP e o Salão Carioca LER.

 

 

Serviço lançamento do livro com pocket show no Centro de Artes da UFF – varanda Autora: Mona Vilardo

Ilustração: Mariana Erthal

27 de agosto

11:30 às 13:30

Endereço: Rua Miguel de Frias – número 9 Valor da venda do livro: 55 reais

Editora: Mapalab e Ler Conecta

 

 


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