Artigo – Dr. Vitor Dominato: Legado da pandemia: novas práticas assistenciais no cuidado ao paciente

 

Dr. Vitor Dominato

Chefe da Internação do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN)

No dia 5/5, depois de três anos do início da pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional da Covid-19. Nesse período, os profissionais de saúde que atuaram na linha de frente no cuidado com a população precisaram se adaptar, quase todos os dias, aos desafios impostos pelo novo coronavírus, criando maneiras de lidar com riscos e revendo a melhor forma de preservar – ao máximo – o bem-estar e a saúde dos pacientes, mesmo em meio a tantas incertezas.

Como cirurgias eletivas, tratamentos de algumas doenças e exames de rotina foram interrompidos entre 2020 e 2021 para evitar exposição ao ambiente hospitalar – cerca de 165 milhões de exames de check-up não foram feitos em 2020, segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Desde o ano passado, os hospitais estão se readaptando ao volume crescente de atendimento. Sentindo-se mais seguras, muitas pessoas agora retomam os cuidados regulares com a saúde, às vezes, marcando diversas consultas e exames em um período curto (se comparado ao hábito de cuidado que tinham antes).

Para conduzir esse momento com sabedoria e tornar o ambiente ainda mais seguro e centrado no cuidado integrado do paciente, os profissionais da área médica devem reforçar e valorizar a cultura do aprendizado para essa nova realidade.

Isso porque muitas soluções para driblar os efeitos da Covid-19 precisaram ser criadas e postas em prática em tempo recorde para salvar vidas. Entre as principais, estão o aumento do time de resposta rápida nas unidades de internação; acolhimento de pacientes vindos da emergência e terapia intensiva; mapa de risco (identificação de pacientes vulneráveis) e identificação de pacientes com maior risco de voltar para a internação após a alta foram algumas dessas soluções. Outras práticas estabelecidas nesse período foram a adaptação de modelos de acompanhamento e prontuários para agilizar o atendimento de pacientes internados e fluxos de segurança diferenciados em unidades de internação e emergência, precisam ser avaliadas e, sempre que possível, melhoradas para atender às novas demandas.

Hoje, todos os esforços dos médicos e equipes miram na mesma direção: fornecer ainda mais segurança e acolhimento no ambiente hospitalar para que os pacientes se sintam confiantes em retornar com seus hábitos de cuidado – ou começar a cuidar melhor da saúde após a pandemia.

 

 


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