Um ano e três meses depois de lançar a primeira edição do livro “Niterói na época da ditadura”, pela editora Gramma, o jornalista e escritor Anderson Carlos Madeira de Carvalho, de 47 anos, prepara uma nova edição do livro, para o início de 2021. Além disso, promove um tour virtual na internet baseado no livro, com sessão marcada para o próximo dia 20, com convidados.
De lá para cá, o livro cumpriu uma trajetória que vai além dos 100 primeiros exemplares vendidos na primeira tiragem, fora os que foram vendidos em sites na internet. “Quando houve a pandemia, em meados de março, eu preparava o lançamento da segunda edição. Então, tive que adiar. Mas, planejo lançar no início de 2021. Várias pessoas têm me procurado querendo comprar um exemplar do livro”, explica Anderson.
No dia 5 de setembro do ano passado, o escritor foi condecorado com a Medalha Escritor José Cândido de Carvalho, pela Câmara Municipal de Niterói, por iniciativa do vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL). O evento teve a presença de parentes de ex-presos políticos, o jornalista Jourdan Amora, dono do jornal A Tribuna e também perseguido pela ditadura e o vereador Renatinho do PSOL.
No dia 16 de setembro daquele ano, Anderson foi convidado pela direção da Biblioteca Central de Ciências Humanas e Sociais da UFF, no Campus do Gragoatá, para participar de um debate sobre o tema do livro. Com a participação também de Victoria Grabois, do Grupo Tortura Nunca Mais; de Dora Santa Cruz, irmã de Fernando Santa Cruz (desaparecido político e pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz); Mário Souza, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro; o advogado Fernando Dias, ex-preso político e primeiro presidente da Comissão da Verdade de Niterói; entre outros. O debate teve a presença ainda de estudantes de História e professores da UFF.
No dia 21 daquele mês, o jornalista participou do Clube da Leitura do Méier, na Livraria Belle Époque, no bairro. Com a presença dos escritores José Fontenelle, André Gabeh e Gunther Miranda. Na ocasião, ele apresentou o livro e abordou os 55 anos do golpe militar.
No mês passado, o autor promoveu o tour virtual “Niterói nos anos de chumbo – Do Caio Martins à Fortaleza de Santa Cruz”, na plataforma Zoom. Mostrando os locais citados pelo livro onde ocorreram eventos relacionados à ditadura, como o Ginásio Caio Martins, a Câmara Municipal, o prédio do DCE da UFF, o Museu do Ingá, o prédio da 76ª DP (que foi sede do antigo DOPS), o prédio da Reitoria da UFF, entre outros. Uma nova sessão está programada para o próximo dia 20, às 18h.
“O livro teve uma trajetória muito maior do que eu imaginava. Cumpriu e ainda vem cumprindo o objetivo de informar a população niteroiense, principalmente os jovens, sobre o que aconteceu na cidade durante o regime militar. Com a segunda edição, vem mais por aí. O livro é importante, até pelos tempos que a gente vive, com pessoas negando que houve torturas e repressão”, afirma Anderson.
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