Pequenos infartos múltiplos no cérebro, causados pela interrupção do fluxo sanguíneo, podem causar demência vascular

 

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A doença representa cerca de 5% entre todos os tipos de demência e é uma das sequelas do AVC

 

Em 29 de outubro, celebra-se o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo dados da Rede Brasil AVC, essa é a doença que mais mata os brasileiros e é a principal causa de incapacidades físicas e cognitivas, no mundo. De acordo com o dr. Marcus Tulius, pesquisador e neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do país, é fundamental aproveitar a data para se falar sobre medidas de prevenção, fatores de risco e as sequelas.

O neurologista conta que a demência vascular é uma sequela importante do AVC, que costuma aparecer em até três meses após um insulto isquêmico e tem evolução rápida e maior que outros tipos de demência. “A demência vascular é a segunda causa mais comum que envolve lesões neurológicas em idosos e representa cerca de 5% entre todos os tipos de demência, ficando atrás somente da doença de Alzheimer”

A condição é caracterizada por pequenas interrupções do fluxo sanguíneo, chamadas de infarto, que ocorrem no cérebro ao longo da vida, principalmente, em pessoas que já tiveram AVC. Esses infartos são localizados estrategicamente no Sistema Nervoso Central e dão origem a diversos prejuízos cognitivos. O dr. Marcus Tulius explica que esse tipo de demência é irreversível, no entanto, é possível ser tratado a fim de atrasar sua progressão e oferecer mais qualidade de vida aos pacientes.

“Muitas vezes, esses pequenos infartos podem acontecer sem que ninguém perceba, nem mesmo a pessoa que os sofre. Dessa forma, a doença pode se desenvolver antes que o AVC cause outros sintomas graves ou, por vezes, até mesmo quaisquer sintomas perceptíveis”, alerta.

Segundo o médico, a melhor maneira de prevenção da doença é evitar o AVC ou tratá-lo precocemente para diminuir as chances de sequelas. Os fatores de risco para o AVC são: tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, fibrilação atrial (um tipo de ritmo cardíaco irregular), aterosclerose e sedentarismo. Já o diagnóstico da demência vascular é feito por meio de exames neurológicos e de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além de o médico avaliar os sintomas apresentados pelo paciente e seus hábitos de vida.

Entenda o que é demência vascular

Demência é um termo que significa a perda das habilidades cognitivas previamente adquiridas, como raciocínio; comunicação; capacidade de se organizar, planejar e realizar atividades simples do dia a dia; ler e escrever; aptidão visuoespacial, além de prejuízos motores, com instabilidade da marcha, o que torna o indivíduo suscetível a quedas.

O dr. Tulius explica que o tratamento medicamentoso para a doença é similar ao de Alzheimer, “mas é importante criar medidas que forneçam apoio ao paciente, controle das condições que aumentam os riscos, proporcionando um ambiente que seja seguro e útil ao tratamento do indivíduo. De forma geral, o espaço de convívio desses pacientes deve ser iluminado, estável e com rotinas predeterminadas para ajudá-los a manter-se orientados”.

 


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