Desafio Solar Brasil em Niterói teve sol, mar, vento e disputa acirrada entre embarcações pela melhor performance

Na enseada de São Francisco, equipes de vários estados mostraram técnica e habilidade em projeto que alia tecnologia e sustentabilidade 

No segundo dia do evento Desafio Solar Brasil (DSB), que é realizado na enseada de São Francisco, em Niterói, as 14 equipes, cada uma com dez integrantes, jovens de escolas técnicas e universidades, colocaram os barcos na água numa disputa que uniu técnica e sustentabilidade. O evento também conta com shows intimistas e roda de conversa. Nesta sexta-feira (18), o tema será “A importância da Educação Climática”. A roda acontecerá às 16 horas na Praça do Rádio Amador com diversos especialistas.

O Desafio Solar é realizado pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria do Clima, e é um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Niterói está sediando uma das etapas do Brasileiro. O evento começou no Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas e termina no dia 22, Dia Mundial da Água.

Com céu claro e mar favorável com ventos para os timoneiros, os competidores marcaram suas pontuações e mostraram habilidades na construção de embarcações e na técnica de navegação. Eles utilizaram a tecnologia que aprenderam nas salas de aula e nas aulas práticas no mar. Os barcos são construídos especificamente para competições deste porte.

“A baixa utilização de carbono no dia a dia já está se tornando realidade. Muitos já têma consciência da importância de práticas sustentáveis. Nessa competição, jovens trabalharam duro para que cada equipe utilizasse o possível, com técnica e sustentabilidade. Hoje Niterói tem uma Secretaria do Clima para intensificar essa proposta. Ganhar é o de menos. O importante é a mensagem que está se passando”, explicou Luciano Paez, secretário do Clima de Niterói.

Segundo os organizadores, as equipes estão competindo para descobrir quem tem o melhor desempenho e domínio sobre a montagem e construção de embarcações movidas a energia solar, estratégias de competição, organização e gerenciamento energético.

Alguns jovens do Desafio Solar Brasil:

Ricardo Gonçalves é estudante de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e sua equipe tem participantes de diversos cursos incluindo Desenho Industrial. Ele faz parte do projeto desde 2016 e da rede de Desafio Solar que envolve equipes de todo o país.

“Temos interesse na indústria náutica e em várias áreas do conhecimento. O evento está inserido na sustentabilidade, que é o futuro. O projeto é itinerante e hoje estamos em Niterói onde moro desde que iniciei o curso de Engenharia Elétrica. Nosso barco foi construído para ter autonomia de quatro a cinco horas. Todos os anos aprimoramos. A prefeitura é uma parceira da UFF, nos deu muita oportunidade e agora estamos vendo na água como será”, disse o estudante.

Sergio Lima é professor da equipe da Escola Técnica Estadual Henrique Lage, do curso de máquinas navais.

“A cada ano temos uma evolução, seja no painel solar ou no casco. Vamos buscando técnicas e nossos alunos vão fazendo, com módulos, montando com equipes na escola ou com apoio da UFRJ. E vamos renovando. Nosso barco, com sol, pode ter vida útil de até 12 horas no mar. Estamos com grande expectativa”, destacou o professor.

Os competidores são de locais como Niterói, Rio de Janeiro, Macaé, Joinville, Manaus, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Vitória, São João da Barra e Florianópolis.

Nesta quinta-feira (17), a roda de conversa foi sobre “Mudanças climáticas e recursos hídricos” e reuniu Christiane Bernardo (presidente do Comitê da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara); Samuel Gonçalves (Confederação Brasileira de Vela); Francisca Dalila Menezes Vasconcelos (analista de planejamento e gestão do Instituto de Planejamento de Fortaleza) e Marcos Freitas (VIG/UFRJ).

Outras atividades – O Desafio Solar Brasil conta também com o apoio da Fundação de Arte de Niterói (FAN) e da Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur) que organizou um CAT (Centro de Atendimento Turístico), além de um tour com os participantes até a Trilha dos Platôs, no Parque da Cidade.

Quem for ao evento no sábado (19) poderá se inscrever no CAT da Neltur para participar de um EcoTur na segunda-feira (21), da Praça do Radioamador até a Trilha dos Platôs. Este EcoTur será realizado por duas vans, que levarão grupos formados por até 20 pessoas, nos horários de 9h e 11h.

Rodas de conversas sempre às 16 horas: 

 

Sexta-feira (18/03) – “A importância da Educação Climática”: Vinícius Wu (secretário de Educação de Niterói); Luciano Paez (secretário do Clima de Niterói) e Sergio Besserman (professor da PUC-Rio, coordenador estratégico do Climate Reality Project Brasil e curador de clima e sustentabilidade do Museu do Amanhã).

Sábado (19/03) – “A década dos oceanos e eventos extremos”: Eduardo Bulhões (UFF); Paulo Hargreaves (UFRJ) e Cel. Walace Medeiros (secretário municipal de Defesa Civil e Geotécnica de Niterói).

Domingo (20/03) – “Uso Sustentável dos Territórios”: Walter Plácido Teixeira Júnior (Lavoro); Dayse Monassa (secretária municipal de Conservação e Serviços Públicos de Niterói) e Luciano Paez (secretário do Clima de Niterói).

Segunda-feira (21/03) – “Meio Ambiente e Resíduos”: Luiz Fróes (presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói – Clin); Rafael Robertson (secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói); Ricardo Bonfin (Enel) e Luciano Paez (Secretário do Clima de Niterói).

Todos os dias, às 18h, músicos da cidade se apresentarão de forma mais intimista (voz e violão), com a seguinte programação gratuita: 18/03 – David Emannuel; 19/03 – Vini Arouca; e 20/03, Gê Amora.


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