Em parceria com a Fiocruz, cidade é a primeira do estado a convidar participantes para pesquisa de eficácia de remédio da francesa Abivax contra forma grave da doença
A cidade de Niterói segue como pioneira no Estado do Rio de Janeiro no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra a Covid-19. Depois de ser a única cidade fluminense a participar com voluntários na fase 3 de testes da vacina CoronaVac, em uma parceria com o Fiocruz e o Instituto Butantan, Niterói agora recruta voluntários para o estudo de desenvolvimento de um medicamento, criado pela empresa de biotecnologia Abivax, da França, que trata doenças inflamatórias consideradas graves em pacientes com Covid-19.
O estudo miR-AGE, que avalia o medicamento ABX464 para o tratamento da Covid-19, está recrutando participantes em Niterói. O ensaio clínico será realizado na Policlínica Dr. Sérgio Arouca. O uso do medicamento em pesquisa tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa).
A pesquisa é desenvolvida pela Abivax SA, empresa de biotecnologia francesa. No Rio de Janeiro, o estudo é conduzido pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob responsabilidade do médico infectologista André Siqueira, e conta com parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Niterói.
“Estamos colaborando de forma responsável com essa pesquisa de desenvolvimento do medicamento, assim como fizemos com os estudos da vacina CoronaVac. Trata-se de uma parceria entre a Prefeitura de Niterói, a Fiocruz e a empresa francesa de biotecnologia Abivax. A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói está somando esforços para que o estudo seja um sucesso”, disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira.
Resultados – Em fases anteriores de pesquisa o medicamento demonstrou potencial para evitar que participantes mais vulneráveis desenvolvam a forma severa da Covid-19, seguida da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que requer admissão em terapia intensiva e oxigenoterapia. Desta forma, o estudo Mir-AGE avalia se participantes mais vulneráveis à Covid-19, que forem tratados com ABX464, podem não desenvolver a forma grave da doença.
O secretário Rodrigo Oliveira esclarece que podem participar do estudo pessoas com diagnóstico de Covid-19 confirmado por exame de PCR ou com sintomas típicos relacionados à doença como febre, tosse, falta de ar, que estão no grupo de risco. São consideradas pessoas no grupo de risco aquelas com condições pré-existentes que aumentam as chances de desenvolver a forma severa da Covid-19. Tais condições são: obesidade, diabetes, hipertensão, doença cardíaca e/ou idade igual ou maior do que 60 anos.
Os participantes do estudo irão tomar uma cápsula do medicamento em estudo por via oral, uma vez ao dia, durante 28 dias. O tratamento pode ser feito em casa, não sendo necessária a hospitalização do participante, exceto quando determinado pela equipe médica.
“O medicamento em estudo é promissor pois tem características que oferecem um efeito triplo desejável e complementar para tratar participantes com COVID-19. Tem efeito antiviral, anti-inflamatório e propriedades de reparação de tecidos. Essas características podem ser benéficas principalmente para os indivíduos mais propensos a desenvolver a forma grave da doença, como os obesos, hipertensos, diabéticos , portadores de doenças cardiovasculares e idosos”, esclarece Dr. André Siqueira.
Como participar – Os interessados que se encaixam nos critérios obrigatórios do estudo podem buscar a equipe de pesquisa na Policlínica Dr. Sérgio Arouca, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h ou entrar em contato pelo (21) 99518-6242 para esclarecer dúvidas e/ou realizar agendamento.
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