Curso é gratuito e abre inscrições entre os dias 18 e 20 de dezembro de forma virtual. São 45 vagas
A Coordenadoria de Direitos da Mulher (Codim) abre, entre os dias 18 e 20 de dezembro, as inscrições para o curso “Empreendedorismo digital – autonomia para mulheres frente aos novos tempos”. O curso foi idealizado pela Codim e o Coletivo Mães Empreendedoras Niterói e será realizado pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Niterói, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Niterói. São 45 vagas e as inscrições poderão ser feitas através do link http://bit.ly/cursoempreendedorismoniteroi.
De acordo com Ana Lucia Fernandes, coordenadora da Codim, a ideia é aprimorar as técnicas de empreendedorismo digital e dar subsídios para a independência econômica da mulher.
“A pandemia gerou uma intensa mudança na vida e no trabalho, fazendo com que os negócios migrassem para o ambiente online. Diante da crise econômica, muitas mulheres estão apostando no empreendedorismo digital como saída. O curso pretende preparar aquelas pessoas que ainda não utilizam a internet como veículo de venda do seu produto ou serviço, e ajudar quem já utiliza com dicas de estratégias de gestão de marca e organização financeira. A finalidade é incluir mulheres e mães no universo digital como alternativa de enfrentamento à crise econômica durante e pós-Covid-19. O objetivo é que essa mulher sinta-se empoderada por meio do seu trabalho para, consequentemente, alcançar sua independência econômica”, explicou a coordenadora.
As inscrições ficarão abertas no período de 18 a 20 de dezembro. As vagas serão preenchidas na seguinte ordem de prioridade: mães empreendedoras moradoras de Niterói, mulheres empreendedoras moradoras de Niterói e outras mulheres empreendedoras. O curso inicia em 11 de janeiro com duração de 40h.
O curso Empreendedorismo Digital pretende fornecer autonomia para mulheres frente aos novos tempos com o objetivo de qualificar mulheres e mães empreendedoras da cidade de Niterói para a inclusão dos seus empreendimentos em ambiente virtual, com apresentação de conteúdos e ferramentas de acesso gratuito que possam contribuir para a estruturação do negócio, sua inclusão em plataformas on-line e aumento do faturamento. O curso será realizado em formato virtual, mediado por tecnologias digitais e também abordará orientações de segurança sanitária, formalização do negócio e exercícios de motivação pessoal.
A Codim destaca que, no período atípico desencadeado pela pandemia do coronavírus, as mulheres foram as que mais tiveram suas vidas impactadas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/Covid19), o desemprego entre as mulheres (12,2%) foi maior que o dos homens (9,6%), bem como o crescimento da informalidade e do auto trabalho feminino, afetando diretamente direitos previdenciários e sociais. No mesmo período, órgãos de atendimento à mulher registraram o aumento da violência doméstica e intrafamiliar. No estado do Rio de Janeiro, no mês de março, o Tribunal de Justiça registrou o aumento de mais de 50% nos atendimentos realizados pelo Plantão Judiciário a mulheres em situação de violência. Porém, em razão da alteração dos horários e protocolos de funcionamento de órgãos públicos para evitar a disseminação do vírus, estima-se que haja um alto índice de subnotificação da violência contra a mulher durante o isolamento social.
“Precisamos atender a demanda da sociedade por soluções que promovam a autonomia das mulheres para que possam romper com a violência em espaços domésticos e empresariais. A autonomia financeira é um dos principais elementos para que as mulheres possam romper com a violência, sobretudo, quando se é mãe. Desenvolver um pequeno negócio de produtos ou serviços tem sido o caminho encontrado por muitas mulheres para garantir o sustento familiar com autonomia sobre a sua vida e a sua rotina que contempla multi-jornadas de trabalho”, disse a coordenadora do Coletivo Mães Empreendedoras Niterói (Amen), jornalista Erika Blaudt.
Segundo a pesquisa Empreendedoras e seus Negócios da Rede de Mulheres Empreendedoras (RME), no Brasil, as mulheres representam 43% dos empreendedores e cerca de 55% são mães, ao passo que a maioria empreende por necessidade, buscando ampliar sua renda e conquistar a liberdade financeira. Grande parte é chefe de família.
Michelle Abraão é coordenadora de extensão do campus da IFRJ em Niterói e fala da busca por apoiar e colocar em prática projetos que vão ao encontro das demandas da comunidade local.
“Esse projeto é um belo exemplo. O saber colocado em prática ao longo do curso vai propiciar às participantes reorientar as suas estratégias de business, conhecer técnicas e instrumentos de planejamento e gestão de seus negócios, além de orientá-las quanto às medidas de segurança sanitária que devem ser incorporadas no desenvolvimento dos produtos e serviços que estas oferecem”, explicou Michelle.
Cursos de Qualificação – Desde julho, a Prefeitura Municipal de Niterói vem desenvolvendo ações de capacitação para o fortalecimento dos empreendimentos femininos frente ao período pandêmico. A primeira turma, em parceria com o IFRJ, formou 34 mulheres. Das participantes, 21 já possuíam empreendimentos e 13 estavam buscando formas de empreender.
Outra parceria que rendeu foi entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Codim e a Secretaria de Planejamento de Modernização da Gestão (Seplag) que teve uma capacitação ministrada pela Aliança Empreendedora. Durante os meses de agosto a outubro, foi executado o projeto de formação de mulheres em situação de vulnerabilidade para a autonomia econômica e social e o empreendedorismo do município de Niterói. Esse projeto é voltado para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica e/ou em situação de violência. Foram 240 mulheres inscritas em 4 turmas. Duas turmas compostas por mulheres com empreendimentos com menos de 6 meses (iniciantes) e outras duas com mulheres com empreendimentos com mais de 6 meses (atuantes).
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