No isolamento social, a rotina da casa se mistura entre afazeres domésticos, trabalho e lazer. Nesse turbilhão vivido por boa parte da população, os animais domésticos acabam com suas rotinas alteradas. Os gatos – que são animais mais territorialistas e têm rotina muito bem definida por sua própria natureza – podem sofrer ainda mais. O coordenador do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Niterói, Adolfo Barreto, elencou mudanças de hábitos dos gatos que podem ocorrer neste momento de pandemia e dá dicas importantes aos tutores.
O gato é um animal que gosta de rotina. Portanto, eles acordam, brincam, se alimentam e dormem normalmente nos mesmos horários. “Em alguns casos, o local onde o gato dormia no meio da tarde, por exemplo, é onde o tutor está trabalhando agora, além disso a casa ficou muito mais movimentada: o animal antes ficava no silêncio e agora precisa enfrentar uma movimentação, crianças que não estão indo para a escola, tudo isso pode fazer com que o animal se sinta estressado”, explica Adolfo.
Uma das formas que os gatos podem usar para demonstrar que estão estressados é se escondendo. Geralmente debaixo de um móvel, dentro do guarda-roupa, onde ninguém vai ficar incomodando ele com facilidade. Outro sinal que o gato pode apresentar é a agressividade, mesmo para os animais mais dóceis. “O gato tolera que você o aperte uma vez, duas, mas vai chegar uma hora que ele vai morder, arranhar, como uma forma de defesa”, complementa o docente.
A melhor forma de contribuir para que seu gato fique tranqüilo é tentando manter sua rotina. De manhã, se estão mais agitados – geralmente acordam e ficam correndo – é a hora de dar um carinho, brincar, respeitando o momento do felino. “Quando o animal estiver dormindo, relaxado, evite mexer com ele ou tentar acordá-lo, porque isso o incomoda. Uma dica é colocá-lo num local que se sinta abrigado, onde não tenha muito barulho e gente passando. Hoje em dia existe também os feromônios sintéticos, que podem ser utilizados no ambiente para transmitir ao gato a sensação que o ambiente é seguro” completa.
É esperado que o gato tenha alterações de comportamento com a mudança de rotina, mas se o dono observar que se perpetuam por alguns dias, o ideal é levar ao médico veterinário para que seja investigado se pode haver alguma doença que deva ser tratada.
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